General Motors fechará fábricas e descontinuará modelos nos EUA


Medida reforça rumor da morte do Buick LaCrosse (acima)

A General Motors vai reestruturar suas unidades fabris nos Estados Unidos de maneira profunda nos próximos meses. Considerada como a maior medida da empresa desde a concordata, há quase 10 anos, ela prevê o fechamento de fábricas ociosas e/ou improdutivas já me 2019. Isso implicará na redução da capacidade de fabricação e consequentemente no fim de alguns veículos com vendas baixas. A intenção é ampliar o lucro operacional, a fim de pagar débitos e aumentar o capital de giro anual.

A GM vai fechar três fábricas: Lordstown (estado de Ohio), Hamtramck (Michigan) e Oshawa (Ontário, Canadá). A primeira foi aberta em 1966 e atualmente monta apenas o Chevrolet Cruze, que deve ser descontinuado nos EUA. A segunda opera desde 1985 e produz Buick LaCrosse, Cadillac CT6 e os Chevrolet Volt e Impala. Este último é feito também na unidade canadense, ao lado do Cadillac XTS. Ela é a mais antiga do trio que terá as portas fechadas, atuando desde 1907. As fábricas de componentes de Baltimore (Maryland) e Warren (Michigan) também terão atividades encerradas.

Com a decisão, a tendência é que alguns produtos deixem de ser fabricados em breve, especialmente os modelos citados. Com baixa demanda, Volt, Impala e XTS devem sair de cena imediatamente. Também com vendas pouco expressivas, o CT6 ainda cumprirá algum tempo de oferta, por estar há somente dois anos no mercado. O mesmo vale para o Cruze, que ainda não chegou à metade do clico esperado.

Calcula-se que 14,7 mil trabalhadores sejam afetados com os cortes. Destes, 8,1 mil ocupam cargos em escritórios e serão afastados temporariamente (layoff) ou dispensados. Os outros seis mil são metalúrgicos, que também serão demitidos ou realocados a outras fábricas da GM.

A reorganização refletiu positivamente no mercado financeiro. As ações da General Motors subiram 6,2% algumas horas depois do anúncio.

SEDÃS EM QUEDA

A decisão da Ford de deixar sedãs de lado (leia aqui) causou polêmica e gerou rumores de que outras empresas seguiriam o mesmo caminho. A Chevrolet veio a público negá-los (leia aqui). Porém, é fato que tais modelos têm perdido o apelo nos Estados Unidos, enquanto SUVs e crossovers alavancam suas cifras. Em 2012, os automóveis representavam 50% dos emplacamentos anuais no Tio Sam, fatia que despencou para 31% nos nove primeiros meses de 2018.

Em volume, os automóveis viram seus números decaírem 13,2% entre janeiro e setembro desse ano nos EUA. Já os utilitários, que englobam picapes, avançaram 8,3%. O Cruze, por exemplo, teve retração de 27% durante o nono mês de 2018, algo nada diferente de Impala (-13%), CT6 (-11%) e LaCrosse (-14%).

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